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Clamidia: formas de contágio, de proteção e tratamento

Toda a população sexualmente ativa do planeta está exposta a infecções sexualmente transmissíveis, as chamadas IST`s. E a clamidia pode ser considerada uma IST de risco entre baixo e grave...

Seja por vírus, bactérias, protozoários, platelmintos, neomatelminto (também conhecido como asquelmintos) e até pequenos artrópodes, existe uma grande variedade de agentes infecciosos transmitidos pelo sexo, estes podendo contar desde organismos infectantes extremamente específicos e causadores de elevado prejuízo a saúde da pessoa infectada (como o HIV causador da AIDS), dentre outros menos patogênicos e de natureza mais oportunistas, mas que sim podem causar alguma lesão ou manifestação clínica (como a herpes genital e facial).

A clamidia pode ser considerada uma IST de risco entre baixo e grave, dependendo de quem se infecta (e seu respectivo sistema imunológico), e como a doença será tratada, já que ela pode se manifestar desde pequenas perturbações e irritações como dores na região pélvica, também com ardor ao urinar, e até provocar grandes e graves problemas na gravidez, como aborto espontâneo, assim como infertilidade.

Tendo o agente causador a bactéria Chlamydia trachomatis, a clamídia é considerada uma das ISTs mais transmitidas no mundo, seja pela via mais comum, a do sexo (anal, vaginal e oral), seja ainda pela transmissão congênita (da mãe para o feto em desenvolvimento).

Semelhante a gonorreia, que também possui uma bactéria como agente etiológico, a infecção pela clamidia ocorre na maioria das vezes nos órgão genitais, mas pode também pode ocorrer na região da cabeça, como a boca, a garganta e até alcançar os globos oculares e áreas periféricas.

Ela é considerada a IST mais comum do mundo, isso devido à facilidade que a bactéria Chlamydia trachomatis possui em sua biologia e dinâmica de transmissão, tanto que por causa dessa propriedade biológica é que a doença tem uma prevalência bastante alta entre jovens de 14 à 25 anos, normalmente grupo este que está começando a sua respectiva vida sexual.

Um dos motivos de a clamidia apresentar esta elevada incidência no mundo dentre as outras ISTs é o caso de a infecção pela bactéria apresentar um número elevado de assintomáticos, ou seja: grupo de pessoas que são infectados pelo agente e tem ele replicado dentro do seu organismo (funcionando como um reservatório da bactéria), mas não desenvolvem sintomas, ou seja, não recebem tratamento para eliminar o organismo de seu corpo.

Nesse caso, por exemplo, podemos ter um homem ou uma mulher que está infectado, mas que não estão apresentando sintomas: com certeza esse indivíduo irá transmitir o agente infeccioso para os seus parceiros sexuais, caso eles façam sexo sem proteção.

Do número de pessoas que serão infectadas, uma parte delas desenvolverão sintomas, entretanto as outras não, e assim continua o ciclo de transmissão da bactéria pela via sexual (isso é uma verdade não apenas para as ISTs, mas também para outras doenças de natureza infecciosa).

Quando os sintomas estão presentes, eles podem variar (também dependendo do gênero sexual do indivíduo, conforme seus órgãos genitais): para homens, os mais comuns são dor ao urinar, dor no saco escrotal e a presença de corrimento com pus expelido pela uretra; já em mulheres, também ocorre corrimento com pus e dor ao urinar, ou quando praticando relações sexuais, além de algumas vezes poder ocorrer sangramento pelo canal vaginal.

E negligenciar essa doença pode ser uma escolha bastante infeliz, já que esta enfermidade é curável com antibióticos, como outras doenças causadas por bactérias (que ainda não estão super-resistentes): a evolução clínica da infecção pela clamidia, se não tratada e curada, pode afetar a fertilidade do indivíduo (seja homem ou mulher), gravidez tubária (tipo de gravidez que não ocorre no útero, e sim nas trompas), dor crônica na região pélvica, e os riscos na gestação e na formação do bebê.

Claro, considerando indivíduos imunodeprimidos, ou com seus sistemas imunológicos perturbados, os sintomas podem ser mais intensos, como por exemplo a cegueira, em casos que a bactéria alcance os olhos.

Também importante citar que a presença da clamidia facilita a infecção por outros agentes infecciosos transmitidos pelo sexo, como o famigerado e sempre temível HIV.

Assim como outras IST, a melhor maneira de se proteger contra a clamídia é a prevenção, ao contrário da remediação: o uso pleno do preservativo, e evitar o sexo oral sem proteção (o que é bastante difícil pois não existe este tipo de profilaxia para, por exemplo, em um homem que faz sexo oral em uma mulher... talvez se existisse uma camisinha anatômica para a língua?).