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Câncer do colo do útero: fatores de risco e como prevenir

É sabido que existe a chamada “transição epidemiológica”, a qual, como o próprio nome descreve, representa mudanças nos perfis epidemiológicos das populações humanas, ou seja: mudanças na distribuição e na magnitude das doenças que atingem os seres humanos (estas geralmente divididas em enfermidades infecciosas ou crônicas).

O fenômeno de transição epidemiológica é observado em especial nos países industrializados, onde a qualidade de vida foi melhorada com o advento tecnológico, evitando assim mortes prematuras infantis, assim como doenças transmitidas pelo saneamento ambiental precário e falta de condições básicas de consumo para água e alimentos.

Do contrário dos países de primeiro mundo, os países em desenvolvimento (também chamados de países subdesenvolvidos), não conseguiram distribuir esta carga tecnológica para todos os seus conterrâneos (deixando-as limitadas à apenas alguns privilegiados), fazendo assim que muitos habitantes destes países ainda estejam expostos a doenças que são facilmente controláveis nos países desenvolvidos.

As doenças infecciosas são um componente significativo dentro dos agravos e enfermidades que as populações dos países subdesenvolvidos estão expostas, em especial as de transmissão sexual.

É sabido que a sífilis esta em plena ascensão em países como o Brasil (com dramático aumento de casos congênitos); o HIV tem alcançado situações alarmantes em países do leste europeu; e o HPV, responsável por canceres no colo do útero, assim como na região dos genitais e na garganta, tem cada vez mais feito vítimas ao redor do mundo (este último também circulando em muitos países desenvolvidos).

O HPV, apesar de estar presente entre os seres vivos há algum tempo (500 mil anos), apenas na última década que identificou uma manifestação grave, que envolve uma família de doenças das mais importantes: o câncer.

Câncer sempre foi destaque entre as populações, devido a sua gravidade e alta taxa de letalidade (conforme o tipo de câncer): se antes ele era uma pena de morte, atualmente tem-se conseguido com sucesso controlar efetivamente esta enfermidade, tanto utilizando medicamentos mais específicos, assim como novas tecnologias, como cirurgias de precisão, quimioterapia e radioterapia.

Nesse contexto, associar o câncer a um agente infeccioso de natureza sexual foi uma grande descoberta já que, como diz o sábio ditado: “é melhor prevenir do que remediar”.

Ao descreverem a sólida associação entre o HPV e o câncer de colo de útero, não apenas novas formas de tratamentos foram levantadas e desenvolvidas, mas também muitos protocolos de prevenção foram aplicados e sugeridos, estes já utilizados para demais agentes infecciosos de transmissão sexual.

Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, entretanto cerca de 40 destes são transmitidos por vias sexuais entre humanos: apesar de a grande maioria destas 40 variantes não causarem sintomas - a chamada infecção assintomática, quando um agente infecta um indivíduo mas não manifesta sinal clínico – os tipos 16 e 18 concentram os 70% dos casos de canceres que ocorrem no mundo associado ao vírus (canceres genitais em ambos os sexos e na garganta).

Como se não bastasse, ainda existem mais dois tipos perigosos: o 6 e 11, os responsáveis por verrugas genitais, todavia desencadear tumores seja menos provável quando comparados com os tipos 16 e 18 (entretanto a probabilidade existir).

Essa “mistura” entre doença infecciosa (infecção pelo HPV) e doença crônica (câncer de colo do útero, órgão genitais e garganta), veio mostrar para a espécie humana que os fenômenos biológicos não seguem padrões fixos e programados como nós desejamos.

E se por um lado nos deixa em alerta mais um risco para a nossa saúde, a vantagem reversa existe: por se tratar de uma IST (infecção sexualmente transmissível), já sabemos (ou pelo menos devíamos saber) os protocolos e prevenções que devemos adotar para evitar contágio e propagação dos canceres relacionados a este vírus.

Semelhante a prevenção do HIV, sífilis, hepatite e outras doenças de natureza sexual, para se prevenir do HPV sempre faça sexo seguro usando preservativo (inclusive o sexo oral, via por onde o vírus pode se transmitir), não compartilhe seringas e materiais perfurantes, apenas frequente estúdios de tatuagem e dentistas que possuem boas práticas profissionais.

Claro, sempre importante lembrar: existe vacina para o HPV, de elevada eficácia (fale com o seu médico sobre a viabilidade dela).

Não deixe que um vírus comprometa com o seu futuro, e o das pessoas que você ama.