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quantidade de esperma

Existe uma recente preocupação a respeito da quantidade de esperma nos homens modernos, apesar de o fenômeno ter sido identificado pela primeira vez nos anos de 1980.

Estudos multicêntricos (ou seja, em diferentes nações e cidades do mundo) têm mostrado que o padrão se repete globalmente: se pegarmos e analisarmos a carga espermática da atual geração, verá que esta tem menor quantidade de espermas do que a geração anterior, assim como a anterior tem menos do que a de seus pais, e assim sucessivamente.

Os mais tranquilos e sem preocupações futuras diriam que é algo que não precisamos dar muito importância, já que o mundo já esta muito populoso, podendo isto ser até um mal necessário, um ”feedback” do planeta Terra para com a sua espécie dominante.

Por mais que este afirmação tenha alguma base – um controle populacional natural – não podemos esquecer que a diminuição de esperma é apenas um indicador, dentre muitos, que mensuram a qualidade de vida e do ambiente em que vivemos.

Lembremo-nos do nosso sistema hormonal: ele quem, a partir do DNA do indivíduo, que modula o gênero sexual do feto, ou seja: se for mulher o estrógeno vai atuar para desenhar o corpo e as funções fisiológicas femininas; se for homem, o testosterona vai atuar para desenhar a anatomia e fisiologia masculina.

Todos nós, em algum momento do desenvolvimento embrionário (quando estamos no útero de nossas mães) pertencemos ao sexo feminino: o que muda é, conforme o DNA, a testosterona entra em ação e desenvolve o feto até a fase masculino.

E é aqui que entram os contaminantes que podem mimetizar hormônios: é sabido que muitos agrotóxicos, defensivos agrícolas, produtos industrializados e até plástico (o material que mais usamos para armazenar água e comida atualmente) libera poderosos químicos mimetizadores, que podem ser fonte de xenoestrógeno (estrógeno artificial).

Estes químicos contaminantes que nós ingerimos também são chamados em inglês de testosterone-killers: assassinos de testosterona (bem sugestivo, não?).

Ou seja, para deduzir o que esta acontecendo no momento atual, não é necessário ser um gênio ou um cientista: desde a Segunda Grande Guerra, quando os meios de produção ficaram cada vez mais automatizados, ampliando o acesso aos produtos industrializados para todo o planeta, concomitantemente tem se espalhado diferentes agentes químicos com propriedades de perturbação hormonal.

Por exemplo, o DDT, o famoso inseticida, há muito tempo já se sabe que ele influencia a produção de hormônios femininos em aves (altera as características de galos quando estes expostos, deixando-os com traços de galinhas).

O lago Apopka, no estado da Florida, também é alvo de estudos que mostram que, a partir da instalação de uma fábrica de celulose, os químicos liberados influenciaram de tal maneira a flora local que os jacarés masculinos começaram a ter diminuição do tamanho do pênis, além de começarem a cortejar outros machos ao invés de fêmeas.

A lista de contaminantes que sequestram o sistema hormonal é grande: Bifenilos policlorados (os PCBs); o Bisfenol A (até hoje usados em latas de refrigerantes e cervejas no Brasil); dioxinas, e tantos outros que foram espalhados em todo o globo, sem critério e controle de qualidade de possível contaminação ambiental.

Aqui está à resposta de o porquê cada vez mais se tem crianças com déficit de aprendizagem, e o porquê de muitas pessoas ainda tem dificuldade de relacionamento (inclusive sexual), e, claro, o porquê o esperma tem diminuído sistematicamente nos machos do mundo (assim como muitas mulheres apresentam puberdade precoce).

A percepção é que existe uma guerra hormonal contra o ser humano, e que este tem perdido as batalhas sem nenhuma chance de se defender (considerando o tanto de dinheiro envolvido nas indústrias químicas, podemos deduzir que a guerra esta perdida).

Claro que, apesar de difícil, não é impossível se livrar desses contaminantes: evite usar plástico nos microondas ou alimentos que nele vem embalado por longas viagens (e exposto ao calor); dê preferência a produtos orgânicos ao invés dos convencionais (hoje em dia existem diversos selos de garantia para produtos que não utilizam agrotóxicos em demasia); evite tomas café em copinhos plásticos (será que a qualidade deste plástico é muito boa?).

E periodicamente consulte um endocrinologista, verificando como anda o seu perfil hormonal.