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ISTs mais comuns no Brasil

Umas das muitas características utilizadas para definir a qualidade de vida dos habitantes de um determinado país, além de estabilidade econômica, educação e liberdade de opinião, entre outros pontos, é a saúde do respectivo povo: quais doenças são mais frequentes, e como elas estão distribuídas, conforme faixa etária, classe social, vulnerabilidade, etc.

Por exemplo, é sabido que em países desenvolvidos as doenças infecciosas tendem a ter taxas mais baixas do que os países em desenvolvimento: claro, considerando que uma nação consiga dar suporte mínimo para a sua população, como água encanada, serviços de saneamento ambiental, e menos lixo e esgoto expostos a céu aberto, logicamente a transmissão de doenças infecciosas será baixa, já que as condições destas pessoas que vivem em países de primeiro mundo são muito melhores daquelas que vivem nos países pobres e desiguais.

Aliais, a melhora da situação de um determinado país é sempre seguido pela baixa dos indicadores de doenças infecciosas, entretanto outras doenças de natureza crônica podem aumentar (infarto, canceres, demências), já que a população fica mais velha, com expectativa de vida maior, ficando mais vulnerável a estes tipos de enfermidades.

No Brasil, a sua imensidão “esquizofrênica” consegue albergar os dois tipos de doenças: por ser um país continental e de ampla geografia, possui populações estáveis que não padecem de doenças infecciosas, ao mesmo tempo que possuí muitos rincões de miséria que faz com que doenças infecciosas ainda circulem com muita intensidade, seja as transmitidas por mosquitos, as transmitidas por água e alimentos contaminadas e, claro, as transmitidas pelo ato sexual (as infecções sexualmente transmissíveis, ou IST`s).

O problema das IST`s envolvem mais do que saneamento ambiental ou distribuição e acessibilidade para remédios: a estrutura educacional de um país é extremamente importante para o controle das doenças transmitidas pelo sexo, já que além de saber que o ato sexual desprotegido é uma fonte para infecções (e também de gravidez não desejada), também a questão emocional do indivíduo é testada: muitas justificativas da pessoa se expor ao sexo sem proteção não é restrito apenas a falta de preservativo, mas também pelo “tesão” que ela não controla antes de realizar o ato desprotegido.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais um milhão de pessoas seja infectada por dia no planeta, totalizando mais de 350 milhões de infecções por ano, sendo que uma fatia significativa esta no Brasil.

Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil, a faixa etária da maioria dos expostos é composta por jovens adultos, na faixa dos 25 até 39 anos, entretanto é sabido que a população homossexual masculina a faixa de transmissão ocorre em pessoas bem mais jovens: entre 18 e 25 anos; entretanto, também importante destacar o aumento das IST`s em idosos (em especial após o advento e da democratização das pílulas contra disfunção erétil).

Outro dado bastante assustador é que pouco mais da metade dos jovens entre 15 e 24 anos declarou que usa preservativo em relação com parceiros eventuais: tal informação mostra como é importante a atualização dos programas de controle às IST`s para a nova geração, já que muitos destes, por exemplo, não viveram os horrores que o HIV e a AIDS causaram ao longo da década de 1980, até os meados da década de 1990 (quando chegaram os primeiros antiretrovirais).

Nos últimos anos as IST’s que mais aumentaram suas taxas de infecção no Brasil foram: o HIV; o HPV (papilomavírus humano); e a sífilis.

Em especial para a última, que é fácil de ser tratada com antibióticos, têm-se graves notificações de casos congênitos da doença, ou seja: bebês que foram infectados enquanto estavam em desenvolvimento no útero de suas mães, o que torna mais grave - já que esta infecção deve ser investigada em exames de pré-natal (quando identificada é tratada, protegendo assim a mãe e o bebê).

O ginecologista José Eleutério Júnior, presidente da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas, declarou a FEBRASGO a situação preocupante:

“O aumento das doenças tem sido assustador, em especial a sífilis, que é uma doença fácil de tratar, mas está faltando diagnóstico e tratamento adequados; o que vemos é apenas um dos parceiros sendo tratado e outro não; e às vezes a gestante é tratada de forma incorreta e o bebê nasce com a doença”.

Já a infecção pelo HIV, o índice simplesmente explodiu entre a classe mais jovem (entre 15 e 19 anos), chegando a um assustador indicador: um a cada quatro homens que fazem sexo com homens na cidade de São Paulo esta infectado pelo vírus*.

Já o HPV tem trazido bastante dor de cabeça, com a recente epidemia de casos de câncer de útero assim como os canceres de boca e língua (associado a sexo oral), todavia para esta enfermidade a vacina já é uma realidade, devendo ser aplicada em especial na idade juvenil, antes do início da vida sexual do indivíduo.

*https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2018/06/em-sp-1-a-cada-4-homens-que-transam-com-homens-tem-hiv-revela-estudo.shtml